Clarice - Uma Linha Tênue Entre Realidade E A Loucura

 Bom Dia/Boa Tarde/Boa Noite! Não importa quando você está lendo o importante é que leia! 🖤Andei bem preguiçosa um tempos aí e por isso a terceira parte da história de Clarice demorou tanto para sair mais enfim saiu! Espero que gostem e que dê medo, não esqueça de ler as outras partes da história caso ainda não tenha lido, elas estão disponíveis nos posts mais antigos, sem mais delongas, boa leitura!

Clarice e Debora, dormiram juntas na cama de casal, foi mais uma noite muito conturbada, pois Clarice acordava muito durante a noite com pesadelos e ataques de pânico, sua febre também oscilava muito e entre um pesadelo e outro era onde a febre aumentava, tudo isso mesmo com a medicação adequada. Débora estava tão preocupada com a filha que depois de um certo horário não conseguiu mais pegar no sono e ficou atenta aos movimentos de Clarice para acudir no que fosse preciso.

No dia seguinte não só Clarice estava cansada mas também Afonso e Débora, mesmo cansados eles levaram a filha ate o hospital pois Clarice ainda estava com febre, chegando ao médico ela foi examinada, chegou a ficar em observação e após o período de aproximadamente 12 horas no hospital teve alta. O médico plantonista passou um calmante para Clarice conseguir dormir, e ficar mais relaxada, um remédio tarja preta (Clonazepam), manteve os remédios que já estavam sendo usados para a febre e a queimadura no braço e também recomendou que Afonso levasse sua filha o quanto antes ao psiquiatra para fazer uma avaliação.

Chegando em casa Débora ficou com a filha, como ela tinha seu próprio negócio era mais fácil para ela dar uma pausa no trabalho do que para Afonso que era empregado contratado, então ele saiu para trabalhar, a contragosto mas foi e ligava sempre que conseguia, entre o intervalo de atendimento de um paciente e outro e também no seu horário de almoço, para saber noticias de Clarice, sua filha dormia profundamente, não acordou nem mesmo quando a sua mãe trocava o curativo do seu braço. Clarice dormira tanto que praticamente se perdeu no tempo, acordou apenas no dia seguinte mas segundo ela, acordou se sentindo bem melhor, com uma cara boa e descansada de verdade desta vez! Tomou um banho, se arrumou e foi fazer algumas atividades da faculdade.

Ela se sentia fraca e sonolenta, enquanto fazia as suas atividades ela não presenciou nada de bizarro, provavelmente por efeito do remédio...era nítido o quanto Clarice estava dopada, ainda pelos efeitos do medicamento, conseguiu um atestado de 3 dias do serviço e da faculdade para poder repor as energias e relaxar de todo o estresse que passou, mas tinha um trabalho da faculdade que permanecia pendente e perto da data de entrega, então se Clarice não fizesse esse trabalho ela pensou que poderia prejudicar não só a si mesma como também as amigas do curso e achou melhor fazer este esforço, foi até melhor assim pois estava precisando de algo que a distraísse um pouco, depois de terminar o trabalho ela tomou o remédio e dormiu de novo, sua mãe percebia que enquanto Clarice sonhava ela contorcia seu corpo, como quando alguém temos um pesadelo e temos dificuldade para acordar, ou quando sonhamos que estamos caindo...mesmo assim ela não teve nenhum episódio de pânico nem acordou atordoada, o que já era uma grande Vitória na visão da mãe de Clarice. 

No dia seguinte, todos da família tomaram café da manhã juntos a mesa, após o café da manhã Afonso e Fábio já tinham saído da casa para seus respectivos compromissos e Débora se preparava para ir para o serviço também, como ela tinha uma equipe de confiança na loja que abrira, conseguia ficar mais tempo em casa com Clarice, ela observava todos os movimentos da filha, que ainda sob o efeito do medicamento estava sonolenta e calma, porém, Debora ficava sempre com medo de que ela tivesse outra crise, pois haviam ficado sozinhas em casa e todas as vezes em que Clarice passou mal até aqui, Afonso foi a única pessoa capaz de poder acalmar a filha e isso dava uma sensação de impotência muito grande a Debora, por não saber lidar com a situação. Se aproximava cada vez mais o momento que Débora teria de deixar sua filha sozinha em casa, e depois de se arrumar e arrumar tudo o que havia ficado pendente na casa ela foi até o quarto da filha para se despedir dela, enquanto acariciava os cabelos pretos e luminosos da menina disse em tom suave. 

-Filha, meu amor! A Mãe precisa ir indo pro serviço mas seu pai estará em casa no horário de almoço dele para lhe fazer companhia tudo bem?

Sem abrir os olhos Clarice pronunciou pelos seus lábios ainda meio grogue

-Aham, assentiu com a cabeça.

-Seu celular esta no criado mudo e deixei uma jarra de água pra você, caso tenha sede, também deixei pronto o almoço do seu pai e o seu, ficaram no forno basta aquecer, seu pai não demora a chegar mas já preferi deixar pronto para que vocês ganhem tempo...promete que me liga imediatamente se algo acontecer?

Novamente meio lenta pelos efeitos do medicamento Clarice balbucia 

-Aham, ta bom. Virando para o lado oposto ao de sua mãe e voltando a dormir .

Saindo de casa Debora ativou o alarme de segurança da casa, deixou programado para que ele disparasse ao menor risco de invasão, caso ocorresse qualquer tipo de invasão Afonso e Debora seriam notificados também pelo seus celulares. Debora ligou para Afonso antes de sair de casa, mas só dava caixa postal, imaginou que ele pudesse estar ocupado no serviço e deixou uma mensagem para ele avisando que já tinha saído da casa e Clarice estava bem, avisou também sobre o almoço que havia ficado pronto no forno. 




Dentro da casa, Clarice dormia profundamente e o silencio reinava absoluto, depois de alguns minutos sozinha, Clarice acordou e tomou um copo de água da jarra que a sua mãe tinha deixado no criado mudo, conforme orientações dadas antes de sair de casa, Clarice começou a prestar atenção em um barulho insistente e chato de água pingando, esse barulho acabou chamando a atenção dela e ela aproveitou para ir até o banheiro ver se o barulho vinha de lá, checou a torneira e nada, foi até a suíte do quarto dos pais e nada, conforme ela ia andando pela casa percebia que o barulho de água pingando só ficava mais alto, foi aí que ela viu que a água que estava pingando era da pia da cozinha, ela apertou o registro e se virou de costas para o cômodo, quando se preparava para subir novamente ao quarto, Clarice sentiu um vento gelado percorrer suas costas, ela voltou a cozinha e depois verificou os demais cômodos para ver se alguma das janelas da parte térrea da casa estava aberta, porém todas estavam fechadas, sendo assim impossível que houvesse alguma corrente de ar dentro da residência. Lógico que Clarice ficou amedrontada com isso e logo tratou de voltar para a parte superior da casa quando sua atenção voltou novamente para a cozinha, a torneira que ela tinha acabado de apertar o registro estava desta vez completamente aberta, jorrando água e com um copo sob a pia, como se alguém tivesse ido até a cozinha tomar água. Como estava sozinha em casa sabia que não poderia ser ninguém, e com certeza se alguém tivesse chegado ela conseguiria perceber porque a casa estava muito silenciosa. Corajosa, Clarice fechou novamente a torneira e correu apressadamente para a escada, deixando o copo na pia mesmo, enquanto subia as escadas ouvia um barulho de gargalhada e sentia mais uma vez um vento gelado em suas costas, desta vez sentiu também que algo tocava levemente os seus cabelos, não lhe interessava saber o que tinha passado atrás dela, muito menos se ainda estava ali, ela simplesmente subiu rapidamente as escadas com muito medo e sem olhar para trás...

Quando chegou no seu quarto Clarice não conseguiu mais pegar no sono depois disso e ficou acordada mexendo no celular, tinha visto um post muito peculiar na sua time line falando sobre casos de perturbação ou obsessão espiritual, ela até então era bastante leiga e até desinteressada por esses assuntos, não acreditava e nem duvidava completamente de pessoas que diziam ter vivido experiencias sobrenaturais, porém, a postagem lhe chamou a atenção por se tratar de situações bem parecidas com as que estava vivendo ultimamente, isso fez com que ela ficasse presa no tema, foi então pesquisando mais informações e começou a ler mais materiais sobre tema de obsessores espirituais, e possessão por entidades malignas, fosse o que fosse isso estava ajudando ela a se distrair e começou a achar interessante tudo aquilo, foi quando levou um susto ao perceber que seu pai estava no quarto, ele falou se dirigindo até a cama da filha.

-Minha bonequinha esta bem? Perguntou de forma amorosa 

-Sim pai, tudo sob controle, nem percebi o senhor chegando...disse Clarice escondendo o celular e sentando em sua cama pois estava deitada antes.

-O que você esta escondendo aí pequena? Algum paquera novo ?

-Claro que não pai, eu estava lendo pra passar o tempo, apenas isso...coisas bobas sabe?!

-Sei! disse ele olhando para a filha com ar de deboche. - Tá com muita fome? Sua mãe disse que deixou uma surpresa pra nós dois lá no forno! Eu sei o que é mas ela me pediu pra fazer surpresa pra você, vamos ver o que é ?

-Claro pai, vamos sim. Clarice deixou o celular na cama e foi em direção ao banheiro para lavar as mãos para comer. 

Desceram juntos e almoçaram somente pai e filha, a surpresa a qual a Debora estava falando era o prato preferido de Clarice, nhoque com molho à bolonhesa, saladinha e suco de goiaba, para a sobremesa tinha comprado sorvete de flocos, o preferido dela e calda de caramelo, Clarice comeu até ficar empanturrada e depois disso foram pra sala e escolheram um filme para assistir juntos, eles tinham um laço muito forte de pai e filha desde que Clarice era bebê. Obviamente Afonso não pode ficar com a filha para ver todo o filme pois tinha que voltar ao trabalho, então combinaram que quando ele chegasse do serviço assistiriam todos juntos o mesmo filme e foi pro serviço novamente. Clarice ficou na sala assistindo outros programas de TV, depois de um tempo deu o horário da próxima dose de remédio e ao toma-lo veio junto a calmaria e a sensação de relaxamento acompanhada também da sonolência que o Clonazepam proporcionava, ela acabou pegando no sono ali mesmo no sofá, só acordou quando sua mãe Debora a chamava para o jantar

-Clarice? Filha? Acorda meu amor, vai lavar as mãos para jantarmos?!

-Mãe? Nossa, onde eu Tô? 

-Você pegou no sono no sofá, quando cheguei do serviço vi você aqui dormido na sala querida! Tava dormindo tão gostosinho que eu fiquei com dó de te acordar e pedir para subir para o seu quarto, então deixei que você dormisse aqui mesmo para não atrapalhar seu descanso. Como você se sente ? 

-Caracas esse remédio é bom mesmo hein ! Disse ainda desnorteada. - Ahhh eu to meio mole, não sei se vou jantar mãe eu comi muito no almoço e ainda me sinto cheia...

-Entendi Filha, se quiser eu posso por apenas uma saladinha no seu prato, só pra passarmos um tempo em familia, o que acha?

-Ta bom mãe, eu aceito, mas não coloca muita salada não ta?! Me da só alguns minutinhos pra eu me levantar e voltar pra terra kkkkk esse remédio me deixa muito mole, eu vou pra outra dimensão...

-Claro amor o tempo que quiser.

Jantaram e assistiram o filme que Afonso e Clarice tinham iniciado mais cedo no almoço, era um filme de comédia dos anos 90 que Afonso adorava, foi bem divertido o momento que passaram juntos. Mais tarde, em seu quarto Clarice se preparava para dormir quando sua mãe passou em seu quarto desejando boa noite e verificando se estava tudo bem, Clarice estava trocando o curativo da queimadura em seu braço, ela já estava 70% melhor...enquanto fazia o novo curativo pensava nos artigos que tinha lido hoje mais cedo falando sobre espiritualidade, ela tentava buscar algum sentido para estes acontecimentos malucos que vinham acontecendo, começava a pensar que talvez fosse melhor não bagunçar a vida dos seus pais com esses problemas que estava tendo e pensava em resolver de outras formas, buscando algum espiritualista, alguém que tivesse mais entendimento sobre esse novo mundo que surgia para ela...quem sabe isso que eu to sofrendo não seja algo de outro mundo, pensou.

Durante a noite Clarice ainda teve muitos pesadelos, bem parecidos com o que teve na primeira noite ao retornar no parque com sua amiga Monique, a mesma cena se repetia por diversas vezes, em algumas vezes com a presença daquela mulher, outras sem ela, depois a bruxa era a própria Clarice e assim sucedeu a noite toda, ela não gritava mais, não se assustava mais tão facilmente mas ela acordou quando sentiu uma forte queimação na marca de queimadura do seu braço, quando ela viu a marca de queimadura ela estava vermelha, um vermelho vivo, como uma brasa, aflita e no intuito de parar aquela queimação que sentia ela despejou todo o conteúdo da jarra que sua mãe tinha deixado no criado mudo mais cedo em seu braço desesperadamente, deixando o chão ensopado, infelizmente nesse momento ela não conseguiu se conter e acabou gritando, seus pais foram correndo para o seu quarto mas quando chegaram até a filha ela os tranquilizou dizendo que estava tudo bem, que enquanto sonhava deve ter esbarrado sem querer na jarra e ela caiu molhando o chão, ponderou dizendo que não tinham com o que se preocuparem e recomendou que eles voltassem a dormir pois estava tudo sob controle com ela. 




Passado os 3 dias do atestado Clarice estava voltando a sua rotina normal, parecia renovada pelo menos por fora, o médico colocou no atestado o motivo do afastamento como sendo crise de Burnout, então por isso antes de voltar a trabalhar Clarice teve uma consulta com um dos médicos da empresa, ele concluiu que Clarice poderia voltar a trabalhar num ritmo mais devagar do que antes, com uma hora a menos na primeira semana da volta se possível. Clarice achava isso uma besteira, mas iria seguir os protocolos, na semana que se seguiu Clarice não teve maiores problemas com relação a aparições e etc. No entanto, depois de uma semana do seu regresso uma situação perturbadora aconteceu no seu ambiente de trabalho que fez com que seus amigos ficassem bastante assustados com ela.

Clarice trabalha no RH de uma grande multinacional, na verdade ocupa a vaga de auxiliar e esta fazendo a faculdade de RH, nessa empresa que ela trabalha existe algumas áreas abertas destinadas principalmente a fumantes, já  que por lei não é mais permitido que fumantes fumem em locais fechados, mas todos os funcionários da empresa podem acessar esses locais sem problema algum, independente de serem fumantes ou não, desses locais de área aberta, um deles é uma sacada localizada no topo do prédio, depois do horário de almoço ela subiu até esta sacada com mais dois colegas que sempre faziam após terminarem de almoçar, todos sabiam o motivo do afastamento de Clarice mas até então nada que deixasse as pessoas assustadas. Na sacada enquanto conversavam com os seus colegas, Otávio e Andressa. Otávio abraçando a amiga com ternura disse:

-Gata, eu sinto muito que você tenha passado por tudo isso, deve ter sido a maior barra hein...Enquanto Otávio falava abraçava de novo a amiga, eles eram bem próximos desde que iniciaram na empresa, se conheceram através do emprego.

-Foi e tem sido difícil, mas aos poucos eu vou voltando ao normal. Obrigada pelo apoio divo, disse sorrindo para o amigo😇

Enquanto conversavam sobre o dia-a-dia da empresa e suas vidas pessoais, Otávio começou a notar que Clarice estava ficando diferente e perguntou se estava tudo bem, Clarice sorriu e disse que sim. Depois de alguns minutos ela caminhou até a beirada dessa sacada e ficou ali parada, a hora de voltar do almoço já estava dando então Otávio que tinha ficado no mesmo ponto de quando adentraram o espaço aberto chamou Clarice.

-Gata, vamos voltar ? Otávio foi em direção a amiga e tocou levemente suas costas, mas sem resposta, Clarice não esboçou nenhum reação e então ele disse novamente - Clarice !Vamos atrasar meu, vamos indo....

Clarice não se mexia do lugar, ele olhou para a colega que estava junto com eles Andressa, e quando eles se olharam essa colega automaticamente fez um gesto com o dedo indicador, levando-o até a sua própria cabeça e o girava em movimentos circulares enquanto revirava os olhos, mencionando com este gesto que Clarice fosse louca, nesse momento, ele repreendeu a amiga com um olhar mais sério, não queria dar na cara que estava repreendendo Andressa para que Clarice percebesse e piorasse o estado que estava, então seguiu sendo discreto,  foi quando os dois foram interrompidos do contato visual que estavam mantendo por uma fala de Clarice.

-Occidere Maga! Occidere Maga! Occidere Maga! Occidere Maga!Occidere Maga!Occidere Maga!

Otávio ficou aterrorizado quando se virou para ver sua amiga, Clarice falava essas palavras repetidas vezes, seu timbre de voz estava diferente, mais grave do que o normal e tinha a voz rouca, sua amiga estava olhando fixamente para frente, tinha o olhar vago, vazio, ela chorava muito enquanto dizia essas palavras e ao mesmo tempo coçava o braço com a marca de queimadura, com muita força e rapidez, devido a área da pele estar bastante sensível ainda acabou saindo sangue, uma quantidade suficiente para  escorrer pelo braço e sujar sua roupa, levando algumas gotas tocarem o chão, nesse momento Otávio e Andressa deram um grito e começaram a pedir socorro, os seguranças e os médicos de segurança do trabalho chegaram rapidamente no local, levaram Clarice já desmaiada, para o médico mais próximo da empresa. Quando Clarice voltou a si se viu em cima de um leito de hospital, com seus pais chorando e seu amigo Otávio com semblante muito aflito, tentava acalmar os pais de Clarice enquanto a olhavam, estava com acesso no braço...ela não entendia como tinha ido parar ali, só se lembrava de ver os amigos do trabalho na sacada do serviço e depois disso não se lembrava de mais nada.

-Cadê todo mundo? Disse ela com a voz meio rouca e iniciando uma agitação desnecessária.

-Filha preciso que fique calma meu amor, vou te explicar tudo assim que puder

-Não entendo pai, porque eu to aqui? Tava no serviço...

- Cla fica calma amiga, nesse momento precisamos que você se acalme. Disse o amigo Otávio enquanto se aproximava de Clarice, pegou em sua mão e fez um carinho numa tentativa de acalentar a menina  

Débora apertou um botão que soou um alarme sutil, estava chamando algum funcionário do hospital que pudesse ajudar pois Clarice estava tentando se levantar da cama, foi quando uma enfermeira chegou e tentou acalmar a filha de Débora, aplicou no acesso um remédio para que Clarice se acalmasse e disse que era para todos aguardarem ali no quarto de hospital pois o médico estava finalizando um atendimento e logo chegaria para atender Clarice.

Depois de alguns minutos um homem alto, de face amistosa adentrou o quarto onde estavam todos a espera do médico. Seu nome era Rodrigo e ele chegou cumprimentando a todos no quarto, sempre muito simpático e educado com todos, enquanto se dirigia a Clarice, iniciava os exames para checar os sinais vitais e cognitivos dela, enquanto isso ia conversando com a paciente e com os pais de Clarice...Após realizados os teste, com a junção dos exames de sangue, não foram detectados qualquer anormalidade fisiológica que pudesse ocasionar quadros de confusão mental, após terminar de atender Clarice o doutor Rodrigo pediu para falar com os pais em particular, ele novamente indicou que fosse feita uma avaliação psiquiátrica com a filha deles, disse também que teria de dar alta para ela pois não havia quaisquer motivos para manter Clarice internada, o calmante passado outrora foi mantido e Afonso explicou ao médico que já tinha marcado terapia com psicólogo de sua confiança para acompanhar o caso e assim que chegassem em casa iriam marcar um psiquiatra para a filha.

Após esse episódio, Clarice teve um período de 5 dias em repouso, sob atestado médico, conseguiu fazer a consulta com psiquiatra, foram feitos alguns exames e o resultado ainda estava pendente, depois que voltou para o serviço o chefe de Clarice decidiu adiantar as suas férias, pois mesmo com a garota trabalhando bem, ainda aconteciam alguns episódios pequenos de confusão mental que ocasionaram a alguns erros no trabalho, então após o períodos de 15 dias ao voltar para o serviço ela teve suas férias, ficou grande parte do tempo em casa, descansando e pesquisando de forma amadora sobre sonhos lúcidos, espiritualidade em geral e sobre obsessores e etc. Ela estava determinada a entender o que estava acontecendo com ela e não pararia até que pudesse encontrar ao menos um explicação para tudo aquilo.

Sua rotina agora baseava-se em ir a terapia uma vez por semana, ir a faculdade e no seu tempo livre retomar as pesquisas sobre espiritualidade, as coisas estranhas com ela continuavam acontecendo, a marca de queimadura no braço havia cicatrizado completamente, porém com cicatriz e a cada episódio estranho que ocorria com ela a cicatriz ficava mais evidente e Clarice sentia uma queimação absurda no local que só passava com compressa gelada inclusive e conforme ela não presenciava nenhuma situação anormal a cicatriz ficava mais branda. 

Clarice não se assustava mais com os episódios de pânico e sobrenatural, como antes, sentia que os artigos que estava lendo de certa forma estava ajudando ela a lidar com aquilo com mais naturalidade se é que podemos usar esse termo, porém os assédios ou loucura estavam aumentando seus níveis, Clarice  passou a escutar sussurros ao pé do ouvido, outras vezes era como se vozes em sua cabeça proferissem palavras que ela não compreendia, outras vezes eram ameaças claras e objetivas, de vez em quando ela via a mesma massa negra flutuando próximo a ela, ou perto de seus pais e amigos, Clarice aprendeu algumas rezas de banimento e patuás de proteção, que sem que seus familiares e amigos percebessem ela fez para protegê-los do que estava atrás dela, era difícil fingir que estava bem para não preocupar os seus pais, todas as noites antes de dormir Clarice agora rezava em meio aos choros e as vozes em sua cabeça, pedindo proteção para ela, sua família e sua casa, mas mesmo com essas práticas todas as noites ao fechar os seus olhos ela se via em diversos pesadelos diferentes, onde era obsediada pela mesma mulher velha com quem encontrou na rua naquela sexta feira fatídica e a mulher acusada de bruxa em seus sonhos, ela tinha para ela que poderiam ser a mesma figura,

Entre uma seção de terapia e outra, seu terapeuta Junior ofertou a ela a possibilidade de fazer uma sessão de hipnose com regressão para entender a raiz do problema e tratar de uma vez por todas tudo o que precisava ser curado em Clarice, tinha combinado com ele que ainda não se sentia preparada, pediu um tempo a contar duas sessões para que pudesse pensar melhor e depois responder a ele se queria ou não seguir com a hipnose, decidiu por fazer a hipnose mas queria deixa para a próxima consulta, na visão dos pais e dos amigos Clarice estava progredindo muito bem, seu terapeuta no entanto ainda tinha muitas dúvidas por isso sugeriu a hipnose pois estava começando a perceber que Clarice havia encontrado mecanismos de defesa para ignorar o problema ao invés de trata-los o que seria o correto e estava se afundando nos remédios controlados, a cada 30 dias sempre passava com psiquiatra e estava cada vez mais instável emocionalmente e isso acaba refletindo em todas as outras áreas de sua vida, apenas com medicamento o que na visão não era o certo pois isso não era cura.




Vou dar uma pausa aqui para que a história não fique assim tão longa, ou mais longa do que ja esta kkkkk Peço desculpas pela demora em postar a 3° parte da história, agradeço por esperarem até aqui e prometo que tentarei trazer a próxima parte da história em breve. 

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